Uma pesquisa bibliográfica bastante ampla realizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria classificou dois tipos de transtornos de ansiedade: a ansiedade social, também chamada de fobia social; e a ansiedade generalizada (TAG). As duas formas do transtorno de ansiedade são bem recorrentes.
A primeira é caracterizada por situações típicas do cotidiano, quando a pessoa ansiosa se vê em uma posição na qual está sendo assistida ou observada por outras pessoas e manifesta sintomas como tremores e falta de concentração. Já na segunda, os ataques de ansiedade se manifestam ao longo do tempo, sem ter relação com acontecimentos ou situações específicas.
Qualquer que seja o nível de ansiedade, ela pode causar diversos sintomas prejudiciais à qualidade de vida, ao convívio social, à profissão e aos relacionamentos de um indivíduo. Por isso, é imprescindível que esse tipo de transtorno seja tratado com apoio profissional.
O que é ansiedade?
A ansiedade é um tipo de transtorno que está sempre em pauta. Mesmo assim, ainda há muita confusão sobre o que realmente significa essa doença. A palavra, afinal, costuma ser usada também como um termo genérico para apreensão, medo ou nervosismo, enquanto o distúrbio de ansiedade leva essas características ao extremo.
Dessa maneira, o medo irracional do futuro e um estado constante de preocupação podem causar sérias perturbações comportamentais e ainda importantes sintomas físicos. A diferença, portanto, é que a ansiedade se torna uma doença quando está ligada a sentimentos excessivos e que persistem de forma descontrolada por bastante tempo.
O que a ansiedade faz na mente?
A partir dos sentimentos de medo e apreensão, a ansiedade atua na mente da pessoa como se estivesse informando que ela está numa situação de perigo e, assim, estimula o corpo a agir em sua defesa. Há uma parte do cérebro chamada “sistema límbico” que é a principal responsável por esse processo.
Funcionando como um “sistema emocional” do cérebro, o sistema límbico dá orientações que são seguidas pelo resto do corpo. Nesse contexto, a amígdala e o hipocampo, integrantes desse sistema, dão continuidade ao processo, colocando a pessoa em estado de alerta.
No corpo, a amígdala tem a capacidade de regular as emoções, podendo agravar casos em que a pessoa já se sente mal. Dessa maneira, ela faz com que o corpo realmente sinta que está em perigo, além de estimular uma outra estrutura chamada hipotálamo, que piora ainda mais a ansiedade.
Já o hipocampo é responsável pelas funções de memória. Esse envolvimento faz com que memórias anteriores e relacionadas sejam “ativadas”, podendo ser um gatilho para que a crise se agrave. Uma série de partes do corpo vão sendo ativadas a partir disso, e fica cada vez mais difícil controlar os sintomas.
Qual é a relação entre depressão e ansiedade?
De acordo com uma matéria publicada no site Uol, os sintomas gerados pela ansiedade e pela depressão não são opostos. Pelo contrário, é muito comum que uma pessoa que sofra de ansiedade também sofra de depressão, manifestando quadros de medo, tristeza e solidão.
As pessoas já ansiosas, afinal, podem começar a ter depressão justamente pelo peso gerado em função dessa preocupação excessiva. Por outro lado, os depressivos podem desenvolver ou piorar a ansiedade justamente por não conseguirem cumprir o que se propõem a fazer em função da depressão.
Quais são as causas da ansiedade?
Não é fácil estabelecer exatamente quais são as causas da ansiedade, já que ela pode ocorrer de formas muito diversas em cada indivíduo. O mais comum, no entanto, é que seja desencadeada por estresse, depressão, fatores genéticos ou até traumas.
É preciso, portanto, estar atento a esses sinais para conseguir perceber quando e por que eles podem estar surgindo. As sensações de medo e angústia, por exemplo, geralmente são desencadeadas por fatores importantes, e uma boa forma de tratar isso é buscando a ajuda da psicologia.
Quais são os sintomas de ansiedade?
De acordo com o artigo “Transtornos de ansiedade”, a ansiedade se liga a sintomas psicológicos e sintomas físicos bem diferentes entre si. Os sintomas psicológicos são marcados pelo nervosismo, tensão e medo excessivo e podem causar descontrole e uma sensação de que pode acontecer algo ruim a qualquer momento.
A partir disso, o indivíduo pode desenvolver quadros graves de irritabilidade, agitação e problemas de insônia. É muito comum, também, o descontrole para comer (conhecido como compulsão alimentar) e os pensamentos obsessivos e incontroláveis.
Já os sintomas físicos incluem dor e aperto no coração. As pessoas chegam a ter taquicardia, e é comum confundirem isso com os sintomas de problemas cardíacos como infarto. São recorrentes também as sensações de boca seca, fraqueza, enjoo, tensão muscular, tremores e diarreia.
Quais são os tipos de ansiedade?
Existem vários tipos de transtornos de ansiedade, mas podemos citar aqui os mais recorrentes. No caso de você se identificar com algum deles, é sempre recomendável procurar um médico, que vai saber fazer um diagnóstico mais preciso e conduzir o tratamento da melhor forma.
Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
É o distúrbio que envolve a preocupação excessiva e mais permanente e que, geralmente, é acompanhada por outros problemas psicológicos. A TAG pode afetar bastante as atividades do dia a dia do indivíduo, já que as crises de ansiedade se manifestam a qualquer momento.
Síndrome do pânico
Esse distúrbio é diferente porque nele ocorrem crises mais pontuais e intensas, sem que haja motivo aparente, acompanhadas de sensações agudas de medo e desespero. Pelo susto que provoca, pode até levar ao desenvolvimento de problemas cardíacos.
Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)
Nem todos sabem, mas o TOC é uma manifestação da ansiedade. Ele aparece sob a forma de crises em que os indivíduos têm pensamentos obsessivos e desenvolvem atitudes repetitivas e compulsivas, como forma de tentar aliviar o mal-estar.
Transtorno de estresse pós-traumático
Com sinais parecidos com os da TAG, mas geralmente mais intensos, essa manifestação conta com gatilhos mais claros relacionados a traumas específicos. Surgem geralmente após as pessoas presenciarem atos violentos, e a sensação que se tem é de reviver os acontecimentos constantemente.
Fobia Social
Esse distúrbio gera desconforto e medo diante de atividades sociais. Seus portadores sentem um profundo pavor de se relacionar com pessoas que não conhecem, falar em público ou frequentar novos ambientes. Em muitos casos, até o simples ato de assinar um documento na frente de alguém desperta a ansiedade.
É normal ter crise de ansiedade todos os dias?
As crises de ansiedade todos os dias são caracterizadas, geralmente, pelo Transtorno de Ansiedade Generalizada. Esse quadro não deve ser considerado algo normal e, por isso, exige que o indivíduo busque tratamento para que as crises sejam atenuadas.
A ansiedade pode matar? A ansiedade tem cura?
A ansiedade, em si, não mata. Mas é possível que ela, atrelada a outras doenças psicológicas, possa desencadear, por exemplo, doenças cardíacas ou outros danos mais sérios à saúde, levando à morte. Por isso é tão importante buscar ajuda especializada.
Neste sentido, é extremamente necessário e urgente desmistificar a doença, deixar de lado os tabus a respeito desse transtorno, bem como acabar com preconceitos que possam atrasar o tratamento. A psicoterapia e o acompanhamento com um psiquiatra são indispensáveis para o controle dos sintomas e para que as pessoas possam voltar a ter qualidade de vida.
Uma ótima forma de controlar a sua ansiedade é manter consultas regulares com os especialistas e sempre estar de olho nos exames, inclusive conferindo como está o cortisol (um hormônio que afeta os níveis de ansiedade). O app Zello Saúde pode te ajudar nessas tarefas. Faça o download aqui:
