As áreas de epidemiologia e saúde pública estão intimamente relacionadas e influenciam a qualidade de vida e a saúde de toda a população. Dessa forma, são campos de estudo que servem como base para o desenvolvimento de diversas políticas governamentais e de Estado – e a gente fala mais sobre isso na sequência.
Afinal, o que é epidemiologia?
A epidemiologia e saúde pública, quando trabalhadas juntas, trazem diversos benefícios para a população. Isso porque a epidemiologia é uma disciplina básica da Saúde Pública, que estuda o processo saúde-doença dentro das populações.
Disciplina responsável pelos estudos da saúde na prática, a área analisa doenças e agravos de diagnósticos clínicos. Leva em consideração o conhecimento adquirido até então pela sociedade e pesquisas como meios de melhorar a saúde ou combater doenças.
Os estudos de epidemiologia avaliam ainda a eficácia das intervenções realizadas no âmbito da Saúde Pública. Assim, ajudam a melhorar as condições de saúde para a população, incluindo ações de vigilância, observação, pesquisa analítica e experimento.
Tipos de estudos epidemiológicos
Segundo o artigo acadêmico “Tipos de estudos epidemiológicos: conceitos básicos e aplicações na área do envelhecimento”, os estudos epidemiológicos podem ser classificados em duas frentes básicas: os estudos observacionais e os experimentais.
Os estudos observacionais são aqueles realizados de forma que a natureza siga um curso livre, sem que haja interferências humanas. Ele é dividido em descritivo e analítico. O estudo descritivo está limitado a descrever a presença de uma doença em uma determinada população, o que se caracteriza como o passo inicial da investigação epidemiológica.
Esses estudos são extremamente úteis em situações de epidemias, em descrições de doenças novas e no levantamento de hipóteses sobre prováveis causas de patologias. Neles, estão incluídos séries de casos e relatos de casos (de grupos de pacientes ou individuais).
Já o estudo analítico é caracterizado pela investigação da relação doença-população em um determinado período, fornecendo uma imagem da realidade de uma região ou população. Geralmente, ele é usado para quantificar a persistência de alguma doença ou de um fator de risco. Ele é dividido em: caso-controle, transversal, coorte e ecológico.
Os estudos de caso-controle investigam de forma simples as causas das doenças, principalmente as mais raras. Já o estudo de coorte objetiva fornecer informações sólidas sobre o risco de alguma doença em uma determinada população.
As fases seguintes da investigação consistem em estudos de campo. Na última etapa, ocorre a análise de todos os dados abordados anteriormente, que acabam sendo transformados em informação útil para dar base aos programas de saúde, através de mais investigação.
Objetivos da epidemiologia
Com caráter essencialmente coletivo e social, a epidemiologia tem importante papel na consolidação de um saber científico sobre a saúde humana. Através dela foi possível encontrar curas para várias doenças. A associação entre o hábito de fumar e o câncer de pulmão é um exemplo de descoberta desse tipo de estudo.
Entre os maiores objetivos, estão:
- Descoberta dos principais problemas de saúde de uma população,
- Avaliação da melhora que uma intervenção (vacinas, pré-natal) causa na população,
- Validação do melhor medicamento para um determinado caso,
- Avaliação da utilidade de algum tipo de exame.
Portanto, a grande missão dos estudos epidemiológicos é a produção de conhecimentos e tecnologias que promovam a saúde individual e coletiva de maneira eficaz, pautada por dados concretos coletados dentro de uma realidade específica.
Epidemiologia e saúde pública: qual a relação?
Em época de pandemia, é impossível não enxergar de forma clara a importância dos estudos epidemiológicos para a saúde. Como já dito, esse tipo de estudo, por analisar a relação saúde-população, trouxe e ainda traz inúmeros benefícios para a saúde pública.
Sem falar da preocupante presença da Covid-19 no mundo, há várias outras doenças que acabam comprometendo a saúde do coletivo, principalmente aquelas que são transmitidas pelo ar, que são mais fáceis de se contrair. Por isso a importância da epidemiologia.
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Historicamente, a epidemiologia descobriu curas e promoveu avanços médicos significativos. A Aids, por exemplo, vista antigamente com tanto preconceito devido à falta de informação e estudos, hoje é vista com outros olhos. A informação e a pesquisa mudam a relação das pessoas com as doenças.
Através dos estudos, sabemos as formas de prevenção, além dos meios para o desenvolvimento de novos tratamentos e medicamentos. Um bom exemplo da importância da epidemiologia na saúde pública é a situação mundial atual causada pela pandemia.
Com a mutação do coronavírus, inicialmente havia pouca informação sobre os cuidados que a população deveria tomar. Com o passar do tempo, houve um grande avanço nos estudos sobre esse novo vírus, o que ocasionou várias descobertas que chegaram ao conhecimento da população. A CNN publicou uma reportagem explicando a relação entre a vacinação e a contração da Covid-19, o que reforça ainda mais a importância da pesquisa.
Como a crise no sistema público de saúde afeta a população?
A força da cura tem crescido de forma exponencial graças ao avanço tecnológico no desenvolvimento e criação de novas drogas, procedimentos e aparelhos médicos. Porém, há os altos custos e as crises que rondam o sistema público de saúde do Brasil, dificultando o acesso da população à saúde básica.
Esse fator acaba prejudicando a saúde pública como um todo, assim como a falta de acesso à informação. Doenças que antes estavam erradicadas, hoje estão circulando novamente pela população. O sarampo, como mostra a reportagem da Revista Época, voltou devido a crises sanitárias e à falta de vacinação, seja por esquecimento ou pela descrença na eficácia da vacina.
Essa falta de informação põe em risco a saúde de toda a população. A escassez de material confiável sobre saúde na internet é grande, o que obriga os indivíduos a checarem sempre as informações consumidas para fugirem de fake news. Por isso a relevância das fontes oficiais de pesquisa científica.
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